SEJAM TODOS BEM VINDOS !!!

Este Blog é a conclusão do curso Cidadania e Diversidade da UNESP- Bauru, tem por finalidade a divulgação de assuntos tratados no curso e propagação intelectual, social e cidadã dos indivíduos.

Powered By Blogger

quinta-feira, 18 de março de 2010

Texto Étnico-Racial

A educação é uma arma no desenvolvimento da Cidadania e na Formação Cultural de um povo juntamente com aspectos de identidade frente a aspectos de desentendes. A relação do Brasil com o Continente Africano é uma realidade e muitas vezes são ignoradas, porém esta relação é importante na construção da Cidadania, na formação cultural, na formação de miscigenação entre outras.
A Lei nº 10. 639/03 relacionado a aspectos anti-raciais e do movimento negro é uma realidade e deve ser aplicadas nas Escolas Brasileiras em todos os níveis e graus, pois é algo cultural que não se deve ser ignoradas.
Bourdieu (1979) afirma:

A abolição da escravatura no Brasil não se livrou os ex-escravos e/ou afrobrasileiros (que já eram livres antes mesmo da abolição em 13 de maio de 1888) da discriminação racial e das conseqüências nefastas desta, como a exclusão social e a miséria. A discriminação racial que estava subsumida na escravidão emerge após a abolição, transpondo-se ao primeiro plano de opressão contra os negros. Mais do que isso, ela passou a ser um dos determinantes do destino social, econômico, político e cultural dos Afrodescendente brasileiros. (BOURDIEU, 1998, p. 21).

A citação acima justifica a situação que os afrodescendentes passam dentro da situação de formalidade escolar devido à situação que foi traga ao nosso continente e ainda é discriminado devido a sua utilização no trabalho forçado.
Ainda é correto subentender que a discriminação é uma situação presente em todos os aspectos marcados pelo social, político, econômico e cultural, pois a negação da sua História como Povos que auxiliaram o Brasil no desenvolvimento humano e social. A escolha do título e a justificativa dentro da temática se enquadram na tentativa de fazer o resgate social dentro do aspecto educacional, incluindo o no currículo escolar a História da África, na conscientização e na quebra da discriminação do Negro na Cultura Brasileira.
A educação é base de uma valorização das técnicas sociais empregadas nos dias atuais que ascende como status, em uma Educação totalmente formal na propensão dos negros como bem supremo de uma sociedade moderna e democrática, neste aspecto a Escola passou a ser uma realidade que forma como ascensão social na busca da realidade de uma povo ou de uma nação.
Ainda é correto afirma que a educação que recebemos na Escola Formal ainda é Eurocêntrica e Americana devido a História e do seu desenvolvimento social no panorama cultural.
Conforme Andrews no orienta na citação:

A educação formal não só é eurocêntrica e de ostentação dos Estados Unidos da América, como também desqualifica o continente africano e inferioriza racialmente os negros, quer brasileiros, quer africanos [...].(ANDREWS, 1998, p. 22).

A educação como forma de status menospreza a África e sua História devido à relação histórica com o nosso continente e valoriza a cultura americana e européia devido a valorização social, cultural, econômica e política. Estes quatros pilares ostentam e fazem da África um Continente massacrado e destruído em todos os aspectos, por este motivo a Cultura Negra não é valorizada nem dentro dos aspectos educacionais, sendo onde são os começos e os términos do preconceito e da discriminação em todos os níveis do preconceito e da discriminação em todos os níveis, graus e intensidades.
Embora não existem estudos que revelem a responsabilidade da escola como aspectos de caráter formador, conforme mencionados no parágrafo acima compreenderam a escola com extensão de uma localidade onde se preza a valorização da adversidade dentro dos parâmetros atuais de conhecimento e de status.
Relacionado ao Brasil é correto afirmar que os nossos negros lutaram pela primeira abolição nos anos de escravidão, que ocorreu de forma ferrenha e direta, sendo que esta que podemos considerar como a primeira abolição era uma luta de obtenção de igualdade e respeito. Hoje nos deparamos com outra realidade, mas não muito diferente, sendo marcada pelo discurso ideológico de luta e tentativa de reconhecimento, que buscam mobilidade dentro os valores sociais e econômicos que buscam superar a condição de excluídos ou miseráveis, podemos também chamar esta de segunda tentativa de segunda abolição da escravatura nos parâmetros atuais, sociais, políticas e econômicas.
Por este motivo dentro da realidade que se mostra é uma que devemos valorizar atualmente, começando pelos bancos escolares devidos ao papel ideológico que desempenha nos caminhos da diminuição da desigualdade social, racial, de preconceitos e de discriminação.
A inclusão dos valores africanos relacionados a estudos de literatura africana e suas diversidades dentro do currículo nacional brasileiro, que se ampara nos parâmetros da Lei 10.636/ 03 como fruto da luta anti-racista do Movimento Negro e de acordo com o Estatuto Racial Negro sendo uma tentativa de resgate da implantação da Cultura Africana.
A implantação da Lei citada no parágrafo acima é uma realidade que devemos colocar em prática devido a valores de resgate de implantação de quebra de valores discriminatórios e preconceituosos.
Andrews (1998) nos ensina:

O sistema educacional [brasileiro] é usado como aparelho de controle nesta estruturação de discriminação cultural. Em todos os níveis do ensino brasileiro - elementar, secundário, universitário – o elenco das matérias ensinadas, como se executasse o que havia predito Silvio Romero, constitui um ritual da formalidade e da ostentação da Europa, e , mais recentemente, dos Estados Unidos da América. Se consciência é memória e fruto, quando e onde esta a memória africana, parte inalienável da consciência brasileira ...onde e quando a historia da África, o desenvolvimento de suas culturas e civilizações, as características, do seu povo, foram ou são ensinadas nas escolas brasileiras... Quando há referencias ao africano ou ao negro, é no sentido do afastamento e da alienação da identidade negra. Tampouco na Universidade brasileira o mundo negro-africano tem acesso. O modelo europeu ou norte-americano se repete, e as populações afro-brasileiras são tangidas para longe do chão universitário do país é o mesmo que provoca todas as iras do inferno, e constitui um difícil desafio aos raros universitários afro-brasileiro. (ANDREWS, 1998, p. 23).

O sistema educacional brasileiro é discriminatório é valoriza a cultura de forma “embranquecida” e de prestigio social, sendo marcados principalmente nos aspectos quatro pilares de status – político, social, econômico e educacional – os mesmo quatro pilares citados são beneficiados com o sistema europeu e parte da cultura norte-americana.
O “embrancamento” da cultura brasileira é uma utopia nos moldes reais da educação e principalmente de status, pois não nos esquecemos nunca de que temos os “pés na senzala”, como bem conhecemos de acordo com a nossa história e da nossa cultura.
De acordo com Fernandes (1955) “[...] no início do século XX, para os negros, a preocupação com a Educação é constante e os negros devem se educar para subir socialmente” (Fernandes, 1955). Nesta citação podemos verificar que o processo de descriminação racial infelizmente ainda não foi eliminado e o caminho para isso é a educação formal presente na sala de aula e na concretização de ações sólidas.
Embora existam estudos que demonstrem responsabilidade social e formativa da escola a perpetuação das desigualdades sociais, o caminho para a quebra da discriminação e do preconceito a escola ainda não se conscientizou do seu papel social e formativo, relacionado ao caráter de formação ideológico.
A criação de um programa voltado para a retomada dos valores sociais africanos englobados dentro das matérias bases do currículo nacional com toda a literatura africana com um todo, envolvendo todas as disciplinas como Geografia, História, Língua Portuguesa, Sociologia, Filosofia entres as demais é o caminho para a quebra de valores discriminatórios.

Referências:


ANDREWS, George Reid. Negros e Brancos em São Paulo (1888 – 1988). São Paulo: Edusc, 1998.

BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. (Orgs). Nogueira Maria A. e Catani, Afrânio. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998.

BRASIL, Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial do Distrito Federal de 14 de setembro de 2003.

Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/ 03. Secretária da Educação Continuada, alfabetização e diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. (coleção para todos).

FERNANDES, Florestan . (Orgs). Relações raciais entre negros e brancos em São Paulo.São Paulo: Anhembi, 1955.


Um comentário:

  1. Sou professora e sinto na pele a dificuldade de implementar a lei na escola onde trabalho,pois,a resistência pelos comunitários é muito grande.

    ResponderExcluir